O ouro registra ganhos moderados nesta terça-feira, fazendo uma pausa próxima das máximas históricas registradas no início do dia, embora os preços ainda permaneçam abaixo do patamar simbólico de US$ 3.700. Após a disparada recente para novos recordes, os compradores (bulls) reduziram o ritmo, aguardando possíveis mudanças nas políticas dos bancos centrais. Ainda assim, o potencial de queda segue limitado, sustentado por fatores fundamentalmente favoráveis ao metal amarelo.
A crescente convicção de que a Reserva Federal Reserve as taxas de juros nesta semana está pressionando o dólar americano para perto das mínimas do ano, o que, por sua vez, reforça a demanda por esse ativo não remunerado. Além disso, o aumento dos riscos geopolíticos, em meio à intensificação do conflito entre Rússia e Ucrânia, continua direcionando fluxos de capital para ativos de refúgio, como o metal precioso.
As expectativas de um afrouxamento monetário mais agressivo ganharam força após os dados fracos do payroll de agosto nos EUA. De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, a probabilidade de três cortes de juros ainda este ano é considerada muito elevada.
No Senado dos EUA, foi confirmada a nomeação de Stephen Miran, assessor do presidente Donald Trump, para o Conselho de Governadores do Fed. A decisão ocorreu logo após um tribunal federal de apelações impedir Trump de demitir a presidente do Fed, Lisa Cook, e pouco antes da reunião do FOMC. Como resultado, a retórica dovish do Fed continua pressionando o dólar, o que sustenta a valorização do ouro.
Fatores geopolíticos também reforçam esse suporte. A escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia limita a pressão de baixa sobre o metal. Além disso, em resposta ao ataque de Israel contra líderes do Hamas em Doha, no dia 9 de setembro, foi convocada uma cúpula de emergência de países árabes e islâmicos. Em declaração conjunta, os participantes pediram medidas coordenadas para suspender a participação de Israel na ONU.
Do ponto de vista técnico, o RSI diário segue bem acima do nível 70, indicando condições extremas de sobrecompra e recomendando cautela diante de possíveis novas altas. Assim, o XAU/USD pode enfrentar dificuldades para sustentar um avanço além do patamar simbólico de 3.700.
Ainda assim, qualquer correção significativa tende a atrair novos compradores, encontrando suporte firme em torno de 3.658. Um movimento de venda que leve os preços abaixo da faixa de 3.630–3.632 abriria espaço para quedas até a região de 3.610–3.600. Uma quebra consistente abaixo do nível psicológico de 3.600 poderia aprofundar as perdas, com suportes intermediários próximos de 3.578, 3.560 e 3.540.