Os fortes lucros corporativos dos bancos norte-americanos e as iniciativas de Washington para reduzir as tensões comerciais com a China permitiram que o S&P 500 ampliasse sua recuperação. O índice de mercado amplo já recuperou a maior parte das perdas registradas durante a liquidação desencadeada pelo anúncio da Casa Branca de tarifas de 100% sobre produtos chineses. O movimento recente se assemelha mais a uma recalibração racional do que a uma reversão de tendência.
Os seis maiores bancos dos Estados Unidos registraram lucro de US$ 41 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 19% em relação ao mesmo período de 2024. As ações do Morgan Stanley e do Bank of America avançaram 4,4% e 4,7%, respectivamente. Um sinal positivo para o S&P 500 veio das declarações de executivos do setor bancário sobre a resiliência da economia, destacando que os consumidores americanos continuam gastando, apesar da incerteza em torno da política da Casa Branca.
Dinâmica do S&P 500 e curva de volatilidade do VIXA incerteza, de fato, permanece elevada. Os investidores haviam presumido que os conflitos comerciais estavam ficando para trás. No entanto, um novo ataque de Donald Trump trouxe a ameaça de elevar em 100% as tarifas sobre a China a partir de novembro. Isso levou à inversão da curva do VIX. A crescente demanda por derivativos de curto prazo pode indicar que a volatilidade elevada persistirá no futuro próximo.
Ao mesmo tempo, o fato de o S&P 500 continuar próximo de suas máximas históricas mostra que a escalada do conflito comercial entre EUA e China ainda não acendeu um sinal de alarme. Isso sugere que o excesso especulativo já foi amplamente eliminado do mercado. O S&P 500 se livrou do excesso de peso e agora está em posição de retomar sua trajetória de alta — um resultado que a Casa Branca continua a promover.
Segundo Scott Bessent, se Pequim se abstiver de endurecer os controles sobre a exportação de minerais de terras raras, os Estados Unidos poderão estender os níveis atuais de tarifas reduzidas por mais de 90 dias. Novembro será o momento de reavaliar as tarifas já impostas, e esse tipo de retórica por parte da Casa Branca sinaliza sua disposição em seguir por um caminho de redução das tensões comerciais.
Outro fator que dá suporte ao S&P 500 é a nomeação de Stephen Miran, indicado ao FOMC pelo presidente e que manteve seu cargo dentro do governo norte-americano. Miran afirmou que a guerra comercial entre Washington e Pequim aumenta o risco de esfriamento da economia dos EUA, o que exige uma ação imediata do Federal Reserve para reduzir a taxa dos fundos federais.
Em suma, os fortes lucros dos bancos norte-americanos, as sinalizações da Casa Branca sobre a redução das tensões comerciais com a China e as expectativas de continuidade da política monetária expansionista do Federal Reserve têm impulsionado o mercado de ações. No entanto, a inversão da curva de volatilidade amplia os riscos de uma consolidação de curto prazo para o índice de mercado mais amplo.
Do ponto de vista técnico, o gráfico diário indica que os compradores do S&P 500 estão tentando restabelecer a tendência de alta. Ainda assim, o mercado permanece em uma "zona morta", uma confluência de médias móveis e valor justo. As posições de compra se tornam relevantes a partir do nível de 6725; entretanto, a falha em se manter acima dessa faixa aumentaria o risco de consolidação, abrindo espaço para oportunidades de venda.