A OPEP+ confirmou que vai suspender o aumento da produção de petróleo previsto para o início de 2026, deixando claro que os principais produtores optaram por uma postura cautelosa, evitando inundar o mercado com oferta adicional. A decisão foi tomada em uma reunião virtual realizada em 30 de novembro, reunindo os oito países participantes — Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã — quase dois anos após o anúncio dos cortes voluntários implementados em 2023.
No dia 2 de novembro, o grupo já havia reafirmado que adiaria os aumentos programados para janeiro, fevereiro e março de 2026. Embora a justificativa oficial cite fatores sazonais, nos bastidores prevalece a intenção de não aliviar o controle da oferta antes do momento apropriado. Pelas estimativas da organização, até 1,65 milhão de barris por dia poderiam retornar ao mercado, total ou parcialmente — mas apenas se as condições forem favoráveis e houver confiança na estabilidade da demanda.
Os países reforçaram que mantêm total flexibilidade para pausar, ajustar ou até cancelar quaisquer mudanças voluntárias, incluindo o corte de 2,2 milhões de barris por dia anunciado em 2023. Trata-se de uma estratégia de “movimentos calculados”, essencial em um cenário de grande volatilidade da demanda e elevada tensão geopolítica.
Os membros também reiteraram o compromisso com a Declaração de Cooperação e com o cumprimento rigoroso das cotas estabelecidas. O Comitê Ministerial de Monitoramento Conjunto (JMMC) continuará supervisionando o cumprimento das metas e a compensação por produção excedente, com os países comprometidos a corrigir qualquer desvio a partir de janeiro de 2024.
O cartel seguirá com reuniões mensais para acompanhar as condições do mercado, avaliar o andamento dos acordos e ajustar sua estratégia quando necessário. O próximo encontro, o oitavo, está marcado para 4 de janeiro de 2026, refletindo uma postura que mantém o mercado em alerta enquanto os produtores preservam a liberdade de mudar de rumo tão rapidamente quanto o cenário global do petróleo exigir.